Pelo segundo ano consecutivo o Rio Grande do Sul tem sofrido com a falta de chuvas constantes e em volumes consideráveis. Prejuízos, principalmente no setor primário, estão sendo contabilizados pelos municípios. Mais de 300 encaminharam ao Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD), da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), protocolos de situação de emergência. Guaporé, apesar de perdas de aproximadamente 35% na cultura do milho, ainda analisa o cenário junto aos produtores rurais para uma possível decretação.
A maior preocupação do Poder Público, através da Secretaria da Agricultura, Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (COMPDEC), Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) e Emater/ASCAR-RS, é a água para o consumo humano e animal na zona rural. Diferente do que aconteceu nos meses de dezembro de 2021, janeiro e fevereiro de 2022, quando mais de 30 propriedades foram atendidas e dezenas de famílias do campo sofreram com a escassez do recurso hídrico, a situação é de menor apreensão para as autoridades, porém, inspira cuidados em pontos específicos.
“Estamos apreensivos e analisando dia após dia a situação da estiagem no Estado. Dos últimos cinco anos, em três decretamos situação de emergência. Continuamos enfrentando as altas temperaturas e dias que se apresentam muito secos. A dificuldade é que parte do município de Guaporé recebeu uma quantia significativa de chuvas e outra não. A condição, se compararmos ao ano passado, é muito melhor. A decretação se caracteriza, em especial, pelo dano humano e verificamos que há poucos produtores necessitando”, disse o coordenador da COMPDEC, Rafael Pissetti.
As entregas de água para o consumo humano e animal, com o caminhão-pipa e um trator da Secretaria da Agricultura, estão sendo realizadas na Linha Ernesto Alves, Linha 6ª – Comunidade São Roque, Linha 3ª – Comunidade Britola, Linha Segunda – Comunidade São Miguel, Linha 3ª – Comunidade São Luiz e Linha Monte Cuco. Atendimentos para abastecimento de água foram também para o Hospital Manoel Francisco Guerreiro e um ponto no bairro Pinheirinho.
“As perdas são bem menores nas culturas e a distribuição de água com o caminhão-pipa se resume a, no máximo, de 10 famílias do interior. Em duas delas o problema está resolvido e, sempre que somos solicitados, atendemos o Hospital de Guaporé. Nossos voluntários estão sempre à disposição. Nossa maior preocupação é não deixar faltar água para o consumo humano”, afirmou Pissetti.
O Secretário da Agricultura, Edelvan Balbinotti, salienta que os todos os pedidos são atendidos, mas é importante que as famílias tenham a consciência que nem sempre é possível levar água na hora que elas pedem.
“Às vezes demora porque há muita demanda e os pedidos chegam quase todos ao mesmo tempo. É uma correria, mas nunca deixamos ninguém desassistido. Procuramos atender todos o mais rápido possível e da melhor forma com os recursos que temos à disposição como o caminhão-pipa da Defesa Civil e o trator da Secretaria”, disse.
A COMPDEC conta ainda com o Viniliq Pipa, reservatório de água que se adapta a qualquer carroceria e é de fácil manuseio. Se houver a necessidade, este também vai auxiliar na distribuição de água para o consumo humano.
Data: 16/02/2023 13:21:53
Autor: Eduardo Cover Godinho
fonte: Rádio Aurora