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Por meio de uma iniciativa da professora e bióloga Fernanda Fiuza Lucca, em parceria com seus alunos da 8ª série, está sendo desenvolvido o projeto “Vida Sem Vapor” que visa conscientizar os estudantes sobre os riscos do cigarro eletrônico.
“A escola já teve vários problemas com o cigarro eletrônico, casos de crianças que precisavam ir ao banheiro para usar, pois não conseguiam passar uma manhã sem tragar. Já tivemos palestras com polícia militar, delegado, e numa das minhas aulas, passei para a turma do 8º ano uma reportagem sobre os malefícios do cigarro eletrônico, sendo que todos os alunos se surpreenderam”, conta Fernanda.
Segundo ela, havia uma aluna que fumava há cinco meses. “Ela disse que não tinha ideia do mal que isso causava. Ela já tinha problemas com tosse, falta de ar e me sugeriu um projeto de conscientização, pois queria que seus amigos também soubessem disso. Aí nasceu o projeto ‘Vida Sem Vapor’. Os alunos da minha turma se engajaram comigo, sendo que todos contribuíram. Esse projeto foi apresentado para toda a escola e nesse ano fomos convidados a palestrar numa empresa de grande porte da região”, ressalta.
A professora recorda que o cigarro eletrônico é proibido no Brasil desde 2009. “É uma droga ilícita. Penso que se não tivesse a comercialização, não teriam os usuários. Os usuários são vítimas, tanto é que essas crianças de 13, 14 anos nem sabem o que estão tragando. E na terceira vez, de tanta nicotina que tem o cigarro eletrônico, já ficam viciadas. Por isso, estamos pensando numa rede apoio para o ano que vem, pensando nesses alunos que querem largar do vício”, frisou.
Dentre os vários malefícios que causa o cigarro eletrônico, um dos piores é a Evali, uma lesão pulmonar aguda causada pelo uso de cigarros eletrônicos e produtos de vaporização. “Se a pessoa contrai Evali, em 95% dos casos elas são intubadas e apenas 2% sobrevivem. Se isso não for parado o mais breve possível, vai se tornar futuramente um problema gigantesco. Cabe destacar que o cigarro eletrônico ainda causa problemas mentais, sendo que isso é comprovado por artigo científico. Acredito que o conhecimento liberta, e quem precisar de ajuda, estamos à disposição com o projeto ‘Vida Sem Vapor’. Temos também um Instagram (@proj_vidasemvapor) o qual é alimentado diariamente, e temos grandes planos para o ano que vem. Você faz suas escolhas e suas escolhas fazem você. Diga sim à vida e não ao cigarro eletrônico. Ainda alerto os pais para que fiquem atentos aos seus filhos”, encerrou.
O aluno Gabriel de Oliveira, também deu sua contribuição. “Realizamos uma pesquisa anônima para toda a escola responder e cerca de 40% dos alunos entrevistados já fumaram ou fumam cigarro eletrônico diariamente. Isso representa 98 pessoas de 241 entrevistadas. Cerca de 18% responderam que começaram a fumar entre 13 e 14 anos. Cerca de 50% conheceram pela internet e cerca de 40% pelos amigos. Muitos disseram que começaram a fumar por curiosidade e por modinha. Eu me sinto grato, assim como meus colegas, em poder usufruir desse conhecimento para poder repassar para outras pessoas”, enfatizou.
Já a aluna Letícia Broch, disse: “Me chamou bastante atenção no projeto a questão de tudo o que há dentro do cigarro eletrônico. Na bateria, por exemplo, havia um produto químico que era usado na câmara de gás na Segunda Guerra. Imagina o que isso causa para o pulmão de uma pessoa. Não tenho nada contra fumar, mas acho que a pessoa tem que ter a opção de querer sair disso, porque uma hora ou outra vai fazer mal”, pontuou.
EVALI é uma sigla para “E-cigarette or Vaping Associated Lung Injury” (Lesão Pulmonar Associada ao Uso de Cigarros Eletrônicos ou Vapes). Trata-se de uma condição médica grave identificada pela primeira vez nos Estados Unidos em 2019. Ela está relacionada ao uso de dispositivos de vaporização, como cigarros eletrônicos, que podem causar danos severos aos pulmões. O reconhecimento e a conscientização sobre EVALI são cruciais para evitar novos casos e proteger a saúde pública.
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