governo do Estado estabeleceu os primeiros passos sobre o uso do dinheiro da suspensão da dívida com a União. Dos cerca de R$ 20 bilhões em três anos, algo em torno dos R$ 1,3 bi vai para adaptação das rodovias do bloco 2 do plano de concessões.
Esse é um sinal claro ao mercado, de que existe uma divisão de responsabilidade e que todas as necessidades de obras mais resilientes não podem depender só da arrecadação dos pedágios. Do contrário, teríamos uma carga muito pesada aos usuários das rodovias. Nós seríamos os únicos financiadores de duplicações, acessos, passarelas e todas as outras intervenções. Isso não vai acontecer. Ufa! Que alívio.
É possível que conheçamos as diretrizes dos futuros pedágios ainda em novembro. Na antessala da Secretaria da Reconstrução Gaúcha, o boato é de um investimento global em 20 anos na casa dos R$ 5 bi.
Caso se confirme, o fundo gaúcho de recursos públicos garante cerca de 26% da concessão. Um alívio para o bolso da população. Junto com isso, há mais R$ 970 milhões para dez rodovias do Daer. Entre elas, a pavimentação total das ERSs 332 e 129.
Essas são análises presentes na lista das boas notícias. Agora vamos aos temores: com os aportes bilionários às rodovias, há espaço para mais? Meu medo é que essa primeira leva seja usada como pretexto para barrar os projetos de pontes entre os municípios, em especial sobre o Rio Taquari, na ligação Lajeado/Estrela.
Neste sentido, temos o entendimento do Estado de que o Vale foi o epicentro da tragédia de maio e mesmo com o dinheiro para o bloco e para outras rodovias, é preciso mais.
Chega de passar pano
As narrativas de manifestações pacíficas em frente aos quartéis, de tentar justificar ataques como fatos isolados desde a eleição do presidente Lula, não se sustentam mais.
A investigação da Polícia Federal mostra que o plano estava no alto clero do governo Bolsonaro. Quando comandantes militares, ministros e assessores diretos da presidência montam uma estratégia de ataque aos representantes de instituições democráticas, estamos falando de golpe. As provas são robustas e com riquezas de detalhes. Esses fatos precisam servir de lição à sociedade, para relembrar a história do país e não repetir os mesmos erros.
Bolsonaro sabia
É o que afi rma a Polícia Federal. O relatório final foi apresentado ontem. A polícia federal indiciou o ex-presidente Bolsonaro, o general Braga Netto e mais 35 pessoas por tentativa de golpe de Estado.
Conforme os investigadores, o plano era assassinar o presidente Lula, o vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Entre os indiciados estão também o general Augusto Heleno, o delegado Alexandre Ramagem e o ex-ministro da Defesa, Valdemar da Costa Neto.
As acusações incluem tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa. O inquérito foi enviado ao STF e aguarda manifestação da Procuradoria-Geral da República.
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