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Dividir os custos estimados em cerca de R$ 100 milhões pode ser a saída para reativar o trecho da Ferrovia do Trigo no Vale do Taquari entre Muçum e Guaporé, onde ocorrem os passeios do Trem dos Vales, um dos indutores do turismo na região. A possibilidade foi debatida em reunião online nesta sexta-feira, 21, com participação de representantes dos governos federal, estadual, além de líderes associativos e prefeitos da região.

A sugestão é utilizar o Consórsio Intermunicipal de Serviços do Vale (Consisa-VT) como receptor dos recursos na parceria público-privada. A proposta é que os municípios diretamente ligados ao atrativo turístico definam a sua capacidade de investimento, além de valores da iniciativa privada e, em especial, pelo governo estadual. “O que faltar a gente tenta costurar uma solução interna aqui, pois não existem valores disponíveis no orçamento para esta finalidade”, especificou o Gerente de Projeto do Ministério dos Transportes, Arôldo Cardoso de Araújo Filho, um dos idealizadores do modelo.

Neste formato, a Rumo Logística detentora dos direitos sobre a ferrovia até 2027, não seria mais a responsável pelo trecho reivindicado de 46 quilômetros. A concessão com a empresa encerra em 2027. A projeção é que o assunto avance com a agenda do governador em exercício, Gabriel Souza, no ministério dos Transportes. “Esperamos ter informações suficientes para avançar com este assunto na próxima semana quando estarei com o governador em Brasília. É um dos produtos mais desejados que conseguimos colocar no mercado. Um roteiro associado ao Cristo Protetor”, definiu Ronaldo Santini, secretário estadual de Turismo.

40 mil passeios por temporada

Crédito: Divulgação

Os líderes do Vale reforçaram a importância do projeto no cenário econômico e consolidação do turismo na região. De acordo com o coordenador do “Trem dos Vales”, Rafael Fontana, são mais de 350 empreendimentos criados ou ampliados a partir da presença de turistas para percorrer o trajeto pelas ferrovias e a recuperação é algo considerado urgente. “Fizemos um levantamento por todo percurso, com drones e estimamos um custo de R$ 100 milhões na revitalização destes 46 quilômetros entre Muçum e Guaporé. Só uma ponte de 130m representa 40% deste total”, complementa.

A cada temporada, 40 mil bilhetes são vendidos para os passeios, com mobilização de turistas de todas as regiões do estado e até de outras partes do Brasil e exterior por meio das agências de viagens. “Passamos de 10 meses do evento climático e não temos um cronograma com passo a passo das obras e recuperação das rodovias. A ferrovia é importante no nosso processo de recuperação”, estabelece o prefeito de Muçum, Mateus Trojan.

O presidente da Amturvales, Charles Rossner, criticou os movimentos lentos da Rumo Logística em todo processo e atribuiu a capacidade de resolução ao governo federal. “Não foi por falta de pedidos, reuniões e levantamentos sobre os prejuízos. O trem virou um fenômeno até fora do estado e a retomada dos passeios é um dos propulsores para recuperar o turismo na nossa região”, indicou.

Municipalização de trecho

Além da recuperação da Ferrovia do Trigo, outro ponto também esteve em pauta. O presidente da Associação de Municípios do Vale do Taquari (Amvat) e prefeito de Sério, Moisés de Freitas, solicitou a municipalização do trajeto de 13 quilômetros entre o Porto de Estrela e Colinas. “Temos um empresário interessado em investimentos neste local. Há a possibilidade colocar uma maria fumaça ali. Não está sendo usado este trajeto para transportes de carga”, complementou.

A estrutura está abandonada há mais de 15 anos e foi alvo de furto dos próprios trilhos, além do desgaste pela inutilização.

A Hora

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