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É um lugar-comum afirmar que um agricultor colheu “bons frutos”, quando alcança resultados satisfatórios em seu cultivo. Mas com a adoção de um sistema silvipastoril em sua pequena propriedade na localidade de Linha Lambari, em Encantado, o produtor Valdir Cornelli literalmente reduziu a perda da safra de nozes – preservando, não apenas a sanidade das oleagionosas, mas também a qualidade do solo, que ficou mais protegido, mesmo com o município sendo um dos mais atingidos do Vale do Taquari nas recentes enchentes que assolaram a região nos meses de abril e maio.
O extensionista da Emater/RS-Ascar Eduardo Mariotti Gonçalves explica que as nogueiras, naturalmente possuem um sistema radicular mais fortalecido. Mas ao consorciar as 60 árvores plantadas em julho de 2016, em uma área de pouco mais de meio hectare, com a pastagem permanente formada com a cultivar Sabiá – uma braquiária híbrida que possibilita além de cobertura do solo em um terreno declivoso, uma oferta satisfatória de pastagem para os bovinos de corte -, Valdir teve poucos danos. “Provavelmente se fosse um solo desnudo ou em cultivo de gramíneas anuais, os danos por erosão causados pela chuva seriam maiores”, salienta o extensionista.
Valdir explica que a boa resposta do solo em 2024 resulta de um trabalho de quase uma década de manutenção e de análises anuais de nutrientes, em uma busca constante pelo equilíbrio do sistema. “Nesse sentido, é possível afirmar que o Valdir é uma pessoa aberta a novos conhecimentos e novas tecnologias, que viabilizem a sua produção”, analisa Eduardo. Formado em contabilidade – e contabilista de profissão -, o produtor mantém uma planilha onde anota basicamente tudo o que acontece na área. “Somente no começo de maio foram quase mil milímetros de chuva em apenas três dias”, comenta, apontando para um caderno, onde consta uma coluna chamada “pluviômetro”.
“Essa organização é uma parte importante do trabalho no campo”, analisa Valdir que, há oito anos aportou um programa da Prefeitura local em apoio à fruticultura para a implantação do nogal. As plantas das variedades Barton, Imperial e Importada ficam localizadas junto à uma estrada que leva ao monumento do Cristo Protetor de Encantado, em um espaço convidativo e com bom potencial turístico. “Cabe salientar que o produtor sempre se preocupou com a sustentabilidade do sistema, com o monitoramento da fertilidade e o acompanhamento dos indicadores produtivos, sendo parte do processo”, pontua o extensionista.
Ainda de acordo com Mariotti, anualmente realiza-se a coleta, a amostragem do solo e a recomendação agronômica. “O manejo do sistema integrado requer alguns pontos de atenção, especialmente na época que antecede a colheita da noz-pecã”, explica o agrônomo: “Nesse sentido, é importante que o produtor realize o diferimento dos piquetes, evitando o acesso dos animais cerca de quatro semanas antes da colheita para, na sequência, manter a área da projeção da copa roçada, visando facilitar a colheita dos frutos”, finaliza.
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar – Regional de Lajeado