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O motorista espumosense, Geovani Otero Maciel, tem 40 anos, é casado com Adriana e é pai de Vinícius, 16 e João Vitor, de 6 anos. Filho de uma professora e de um caminhoneiro, foi dele que veio o gosto pela profissão. Aos 18 anos, após obter a habilitação para carro e moto, começou a trabalhar para obter a carteira C, a qual conquistou aos 19 anos. Logo após, ingressou na Cotriel. Iniciou no transporte de mercadorias dos Supermercados. Ao poder alcançar a idade para obter a carteira E, foi transferido ao Setor de Transporte, onde teve a oportunidade de trabalhar desde a retirada da soja nas propriedades, passando na sequencia a atuar no transporte de grãos para o Porto de Rio Grande, trazendo cargas de calcário e fertilizantes para a Cooperativa, na qual trabalhou por 20 anos. Em 2023 resolveu dar um novo passo na sua carreira: adquiriu sua própria carreta e foi trabalhar como autônomo.

Para Geovani, apesar da importância do transporte rodoviário para o Brasil, o caminhoneiro não tem sua importância reconhecida. A saudade da família e a preocupação constante com a segurança pessoal, das cargas e com o estado das estradas, bem como a imprudência do trânsito, são os desafios diários. “Graças a Deus sofri apenas um acidente em toda a minha vida, e saí ileso. Como estamos fora de casa, sentimos falta de mais estruturas para podermos pernoitar com segurança. Temos locais onde nos dão um bom banheiro, água, comida e pátios amplos, mas muitos outros sequer nos recebem, nos obrigando a ficar à mercê de tudo e de todos. É preciso que a sociedade entenda que, sem o caminhão, tudo para: o alimento não chega na mesa, o combustível ao posto, o remédio na farmácia, a produção não sai das lavouras ou das empresas para o seu destino, ou seja o Brasil depende do transporte rodoviário”, afirma.

Maciel relata que viaja seguidamente com seu filho mais velho Vinícius e quando a agenda permite, vai com sua esposa e seu outro filho para que deem aquele apoio possam ser a sua companhia: “É uma vida muito solitária, mas quando eu volto para casa e vejo todos me esperam com alegria, até do cansaço e dos perigos que passei eu esqueço”, disse.

Por fim, Geovani ressaltou que outro desafio é manter a sua ferramenta de trabalho em dia e fazer o dinheiro obtido com o trabalho pagar as contas da casa, a manutenção do caminhão e um pouco guardar para fazer algo futuramente. Para quem quer ingressar na profissão, ele aconselha: “É preciso gostar muito. Em alguns momentos, é uma sensação inexplicável, com altos e baixos como em qualquer atividade. Deixo aqui os meus respeitos a cada colega motorista de todos os segmentos e peço que a sociedade respeite essa classe, que é fundametal para a economia do Brasil”, salientou.

Foto: ARQUIVO PESSOAL

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