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Para além dos 413 empreendimentos que ocupam o Pavilhão da Agricultura Familiar e que levam o que de melhor é produzido nas propriedades rurais do Rio Grande do Sul, a edição de 2024 traz um componente especial: a história de homens e mulheres que foram fortemente impactados pelas chuvas e enchentes que ocorreram no Estado, mas que superaram as adversidades para reerguerem seus empreendimentos e trazerem seus produtos à Expointer.

O caso de Igor Longaray, de 42 anos, revela a superação que os gaúchos buscam encontrar desde o início dos eventos meteorológicos. Proprietário da Casa Bucco, cachaçaria de Bento Gonçalves, Longaray perdeu a esposa e o sogro devido a um deslizamento de terra que atingiu as instalações da agroindústria. Decidiu que, apesar da dor que enfrentava, devia seguir e estar presente na Expointer. “A minha esposa sempre foi uma pessoa positiva, sempre pensando para frente. Todos os produtos que estão nessa mesa, as cachaças que estão aqui, passaram pelas mãos dela, então eu levei isso em consideração e decidi tocar adiante o legado dela”, apontou Longaray.

No balcão do estande, uma placa de premiação. Ao fundo, no mesmo balcão, os produtos que são comercializados, como melado e açúcar mascavo.
Empreendimento Rodeio da Figueira foi destaque no último concurso da Agricultura Familiar – Foto: Jürgen Mayrhofer/Secom

A chuva que castigou o Vale do Rio Pardo atingiu a moradia e o empreendimento do casal Givanildo Vidal de Souza e Maria Elisa Hennig, em Candelária. Os proprietários da agroindústria Rodeio Figueira perderam a casa e toda a estrutura do negócio familiar. Além disso, perderam toda a matéria-prima responsável pela produção de melado e sofreram com o solo lavado pela enxurrada.

Sem ter onde morar e produzir, e hospedados na casa de vizinhos, Givanildo e Maria colocaram em prática uma força-tarefa para conseguir estar na Expointer, local em que foram premiados no concurso da agricultura familiar na categoria melado da edição de 2023. “Remontamos a agroindústria num galpão velho e entramos numa verdadeira corrida contra o tempo para podermos estar aqui. Foram poucas horas de sono nas últimas semanas, mas alcançamos nosso objetivo”, comemorou Givanildo.

Estande com diversas cuias. Atrás do balcão está o artesão Kaiper. Na frente, uma mulher observa os produtos
Artesão Kaiper teve que sair às pressas de sua casa, mas conseguiu retomar suas atividades para conseguir participar da feira – Foto: Jürgen Mayrhofer/Secom

A enchente também desabrigou Enéas Lopes Kaiper, morador da Ilha das Flores, em Porto Alegre. Proprietário das Cuias Kaiper, Enéas afirmou que a água tapou completamente sua casa. O artesão saiu às pressas de casa, conseguindo salvar apenas parte da sua produção. Morando por mais de um mês acampado próximo à BR-386, Enéas afirmou que mesmo com as dificuldades, não havia hipótese de não participar na Expointer. “Tivemos que arregaçar as mangas e trabalhar em dobro. A Expointer é uma grande vitrine para o nosso negócio, não poderíamos ficar de fora”, garantiu.

“Ver esse pavilhão lotado revela que, para além da qualidade, também está aqui exposta a garra desses trabalhadores para se fazerem presentes, mesmo ante todas as dificuldades”, pontuou o secretário de Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti.

Em dois dias de venda, o Pavilhão da Agricultura Familiar da Expointer vendeu um total acumulado de R$ 2.252.141,88, o que aponta um crescimento de 16,64% em relação ao mesmo período de 2023, reafirmando o sucesso e a importância desse espaço.

Texto: Guilherme Granez/Ascom SDR
Edição: Secom

gov do RS

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