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A fábrica do Sabão Ecológico Curumim, localizada no Instituto Penal de Santo Ângelo, realizará a compra de um maquinário novo, que possibilitará o aumento da produção dos itens e a expansão da estrutura física. As mudanças ocorrerão com um recurso de R$ 335 mil, destinado pela Consulta Popular RS.

Atualmente, cerca de quatro a cinco mil barras são fabricadas mensalmente por apenados e distribuídas aos 11 estabelecimentos prisionais da 3ª Região Penitenciária da Polícia Penal. Os itens são utilizados para a higiene dos presos e para a limpeza dos espaços físicos das unidades.

A Consulta Popular é um processo em que a população define diretamente parte dos investimentos e serviços que constarão no orçamento do Estado, para atendimento de prioridades de interesses municipal e regional. A fábrica de sabão alcançou a terceira posição na votação da Região das Missões.

Dois equipamentos serão adquiridos: um batedor elétrico, que substituirá o antigo que funciona a gás, e uma nova extrusora, máquina responsável por dar forma ao sabão. Com a estrutura atual, cada batida da máquina é capaz de produzir 450 barras. Com os novos maquinários, será possível fabricar mil unidades em cada batida. Assim, a fábrica poderá ter capacidade para suprir as demandas desses itens no sistema penal do Estado, abrangendo toda a população prisional.

A servidora da Polícia Penal e idealizadora do projeto, Débora Pedroso, destaca o trabalho realizado para buscar votos e dar visibilidade à fábrica. “Nós fizemos uma movimentação na região das Missões, para divulgar o projeto e buscar alcançar uma boa votação por parte da população. Isso foi feito com o intuito de conscientização, de falar sobre a sustentabilidade ambiental e o trabalho feito no sistema prisional. É um projeto muito bem-visto e aceito pela comunidade”, afirma.

A atualização das máquinas, além de aumentar a produção dos itens, proporcionará maior segurança a quem atua no local e mais oportunidades de postos de trabalho às pessoas privadas de liberdade que tenham interesse em integrar essa atividade laboral. Também será realizada a expansão dos pontos de coleta de óleo vegetal no município, matéria-prima do sabão recolhida semanalmente pela equipe que trabalha na fábrica. A previsão é que a chegada do maquinário e o início das alterações na estrutura do local ocorram ainda no primeiro semestre deste ano.

Sustentabilidade e ressocialização

Iniciado em 2011, o projeto Sabão Ecológico Curumim possui uma das maiores produções de sabão no sistema prisional. Desde 2014, possui uma fábrica com espaço adequado para a produção dos itens. A ação surgiu devido à demanda dos apenados de manter o espaço de convívio limpo, principalmente quando recebiam visita. A unidade passou, então, a investir na fabricação de sabão à base de óleo de cozinha para suprir as necessidades internas.

Esse tipo de projeto, além de gerar economia para o Estado, já que é viável produzir parte dos próprios itens de limpeza, possibilita o aprendizado de um novo ofício pelas pessoas privadas de liberdade e é uma alternativa sustentável para o reaproveitamento de resíduos que seriam descartados. Também proporciona a remição da pena: a cada três dias trabalhados, os apenados diminuem um dia da sentença.

Atualmente, cinco apenados do regime semiaberto trabalham no local, um deles recebe remuneração por meio de um termo com a prefeitura de Santo Ângelo. Os presos são selecionados de acordo com a conduta e, após o ingresso na atividade, participam de instruções sobre os processos produtivos.

André (nome fictício), que trabalha há cerca de um ano na fábrica, ressalta o impacto em sua vida do serviço que realiza no local: “É um serviço bom. A gente ganha a remição da pena, podemos sair da cela e passar o dia trabalhando. Tem a coleta de óleo nas terças e sextas, que já é mais uma oportunidade de convívio com a sociedade e de conhecer pessoas. Tudo isso favorece a nossa vida, com um trabalho tranquilo, em que a gente aprende muita coisa.”

Várias etapas são necessárias para uma barra de sabão ecológico ficar pronta. Primeiramente, o óleo vegetal é filtrado e decantado. Depois, os insumos são pesados, a gordura animal é aquecida com o óleo, a soda cáustica diluída em água é acrescentada e, a seguir, são adicionados a dolomita, o corante e a essência. Essa mistura, ainda em estado líquido, é colocada em formas para descanso e solidificação. Quando o material está sólido, é utilizada a máquina extrusora, que dá ao sabão o formato desejado. Com a finalização desse processo, as barras são embaladas e estão prontas para uso.

Texto: Rafaela Pollacchinni/Ascom SSPS
Edição: Rodrigo Toledo França/Secom

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