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Garantir a sobrevivência e o acolhimento das famílias da zona rural, em ações de auxílio aos comitês de crise e ao voluntariado, foram os principais objetivos da Emater/RS-Ascar frente à catástrofe ambiental que atingiu no mês de maio praticamente 90% dos municípios do Rio Grande do Sul. Em meio á colaboração, que ainda encontra-se em andamento nas localidades mais atingidas, engenheiros agrônomos e extensionistas, juntamente com os demais funcionários, contabilizam os prejuízos nas propriedades rurais como, por exemplo, perdas nas lavouras de soja, milho, citrus, erva-mate, entre outras culturas, destruição de residências, galpões, máquinas e equipamentos, além da mata nativa.
Em Guaporé, a Emater/RS-Ascar, através da extensionista da área agropecuária Melissa Bock, extensionista da área social Verônica Paludo e a assistente administrativo Lisiane Garcia Farias, trabalha há mais de 30 dias para auxiliar a população rural em virtude do evento climático extremo que causou muitos estragos. Os danos poderão levar anos para serem recuperados e muitos, conforme análises preliminares, talvez nunca sejam totalmente restaurados pela complexibilidade da destruição.
“Os efeitos na produção agropecuária serão sentidos por muitos anos, principalmente no solo. O que podemos fazer é tentar recompor os nutrientes e a matéria orgânica, mas a recuperação completa do solo será difícil. Sabemos que o solo é a base de toda a agricultura e produção de alimentos”, disse Verônica, ressaltando que parte do solo perdido estava ocupado com diversos cultivos ou criações.
“Muito da safra foi perdida, especialmente a de soja, mas também uma parte significativa do milho. Registramos pastagens que foram levadas pela enxurrada, ou inundadas e pisoteadas, e essas áreas precisarão ser replantadas e cultivadas novamente. Animais também foram afetados pelas enchentes, tanto gado de corte como de leite, suínos, aves, entre outros”, destacou.
Os prejuízos são contabilizados na falta de acesso às propriedades rurais. Com deslizamentos de terras e quedas de barreiras que interromperam a trafegabilidade das estradas vicinais, muitos caminhões com rações e insumos não conseguiram chegar, prejudicando a produção das culturas, a criação dos animais e o escoamento. A falta de energia elétrica por longos e intermináveis dias foi um dos fatores que impactou e muito os agricultores.
“Foram perdidos muitos dias de produção de leite, por exemplo, e os animais tiveram restrição de alimentos. Muitos produtores estão comprando alimentação (ração ou feno) porque perderam seus estoques, inclusive de silagem e pastagem.
A Emater/RS-Ascar, juntamente com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de Guaporé (COMDERG) e o Poder Executivo, reuniu há cerca de 15 dias, lideranças do interior para tratar sobre diversos assuntos, entre eles, o levantamento dos dados.
“Felizmente, em Guaporé, não houve perda de vidas humanas, embora casas tenham desmoronado e algumas pessoas tenham ficado desabrigadas ou desalojadas. Vizinhos, parentes, voluntários e profissionais de salvamento prestaram assistência nesses momentos difíceis. A partir de agora, além de lidar com os efeitos no setor produtivo, também será necessário lidar com os efeitos emocionais e psicológicos que esse evento climático extremo causou”, afirmou Verônica.
Ao longo dos próximos dias, a Emater/RS-Ascar deve apresentar um balanço completo das perdas e prejuízos aos agricultores de Guaporé.
Central de Conteúdo/Rádio Aurora 107.1 FM
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