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O ano de 2025 começou com boas perspectivas para os produtores de uvas de Muçum. Enquanto que em 2024 os viticultores enfrentaram sérios desafios, devido às chuvas e granizos que destruíram os parreirais no município, neste ano a colheita promete atingir a marca das 350 toneladas até fevereiro. A expectativa se deve ao microclima favorável à maturação precoce.

“O granizo chegou na época em que a uva estava florescendo, o que destruiu os cachos. Teve produtor que gerava de 80 a 100 toneladas e, na última safra, produziu menos de 8 mil kg. Ou seja, colheram apenas 10% do que produziam”, relata o extensionista da Emater/RS-Ascar, Cézar Burilli. A safra de 2023/2024 foi uma das menores já registradas no município. Em um cenário favorável, a produção atinge a marca das 400 toneladas.

A uva é produzida durante a primavera/verão, entre os meses de setembro a março. De acordo com o especialista, a expectativa mais otimista para 2025 é resultado não apenas das melhores condições climáticas, mas também da dedicação dos viticultores, que adubaram e trataram o solo no momento correto.

Como resultado, Muçum já iniciou a colheita da uva nesta semana, sendo um dos primeiros municípios do estado a colher e comercializar a fruta.

Cenário promissor

A variedade de uvas cultivadas em Muçum é uma das características marcantes da região, com destaque para as uvas Bordô, Niágara e Isabel Precoce. De acordo com o Censo agropecuário de 2023, o município possui cerca de 30 hectares de parreirais, com a maior parte da produção sendo comercializada para mercados e empresas da Serra Gaúcha.

Na propriedade dos Franchini, localizada na Linha Alegre Caravaggio, a safra 2024/2025 renova a esperança da família. Os eventos climáticos extremos, como a tempestade de agosto de 2023 e as cheias de 2024, devastaram o parreiral, reduzindo a colheita da época para apenas 1% do volume tradicional. O cenário agora é promissor.

“A força de vontade é o que nos incentivou a continuar. Não sabemos fazer outra coisa a não ser trabalhar com frutas e verduras”, afirma o agricultor Marcos Franchini. “A gente não desiste tão fácil, mas não imaginávamos que para 2025 teríamos uma produção tão boa”.

Neste ano, os dois hectares de parreiras produziram cinco mil pés. A família planeja expandir a plantação em breve, com mais um hectare de parreiral. Para Marcos, o bom resultado da safra é resultado de uma poda bem executada e de uma adubação adequada.

“Temos bastante trabalho, mas prefiro trabalhar com qualidade de uva, não apenas quantidade”.

Além de comercializar para mercados da região, a família também participa da distribuição da merenda escolar e oferece uma experiência diferenciada aos amantes do enoturismo: o colhe e pague. A venda de uvas se estende até o dia 15 de janeiro ou enquanto houver frutas nas parreiras.

Melancias de até 15 Kg

Foto: Leandro Osório/Assoeva/arquivo

Outra produção que ganhou destaque no Vale do Taquari é a de melancias, em Mato Leitão. Na propriedade de Astor Paulo Uhlmann, as primeiras frutas, entre 12 e 15 quilos cada, já são colhidas. Para esta safra, o agricultor plantou cerca de 1,1 mil mudas.

O cultivo de melancia para consumo é uma tradição da família, que passa de geração para geração. “Resolvi apostar numa plantação maior e está dando certo. Numa das áreas, são cerca de 160 mudas e o rendimento pode chegar a 200 frutas ou até mais”, ressaltou Uhlmann.

Enquanto que para a produção de uvas a ausência de fortes chuvas foi positiva, para o cultivo de melancias o cenário pode ser desafiador. O produtor explica que a água é fundamental para a fruta.

“O sol está muito quente e em muitos dias o vento prejudicou as plantas. A água é fundamental. Tem muitas frutas amadurecendo e outras ainda em desenvolvimento. Normalizando a chuva, vou ter melancia até março”, afirma.

O chefe da Emater local, Rudinei Pinheiro Medeiros, acompanha a iniciativa do produtor que reside nas proximidades da RSC-453. São visitas regulares para auxiliá-lo em todas as etapas do cultivo. Parte da produção, explica o técnico, será destinada para a merenda escolar. “Confirmamos pelo menos 540 quilos de melancia que serão incluídos no cardápio das escolas do município a partir do próximo mês. Já é uma renda garantida para o produtor”, diz.

 

 

FONTE: A Hora

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