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As nogueiras cultivadas nos atuais 4,5 mil hectares de permanente produção de noz-pecã no Rio Grande do Sul não escaparam dos revezes do fenômeno El Niño. Com uma quantidade de horas de frio intenso inferior à mínima necessária durante o inverno e com o excesso de chuva ocorrido na primavera de 2023, os pomares devem entregar entre 30% e 40% menos frutos em 2024.

Conforme o presidente do IBpecan, Eduardo Basso, o grande volume de chuva ocorreu justamente durante o período de polinização e abriu espaço para a antracnose. A doença causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides é de difícil controle e encontra em ambientes quentes, úmidos e pouco iluminados as condições ideais para desenvolvimento durante todo o ciclo produtivo da cultura. O patógeno atinge ramos, folhas, frutos e inflorescências, diminuindo a qualidade e a quantidade de nozes, danificadas com lesões e manchas escuras.

De acordo com a Embrapa Clima Temperado, o ciclo primário da enfermidade fitossanitária ocorre nos meses te baixas temperaturas, durante o período de repouso vegetativo dos pomares. “O agente causal da antracnose sobrevive sobre restos culturais, como frutos, folhas e ramos caídos no chão, os quais são disseminados principalmente pelo vento e respingos de chuva”, detalha o documento 498 da unidade.

Basso conta que a dificuldade foi identificada, principalmente a área produtiva de Anta Gorda, município com a maior área plantada no Estado. “Estima-se que, na região, onde existem muitos pequenos produtores, haja uma diminuição de 40% (na produção). Já nas regiões de Santa Maria e de Cachoeira do Sul, estima-se que (a perda) seja de 30%”, afirma o dirigente. A projeção inicial é que a safra, prevista para ser oficialmente aberta em 25 de abril, fique em torno de 4,5 mil toneladas.

Apesar disso e de a safra 2023/2024 também ser colhida em um ano naturalmente de menor floração que o anterior, dada a alternância produtiva inerente à cultura, a expectativa é de que a matéria-prima chegue às indústrias em tamanho maior e em qualidade melhor que os colhidos na temporada anterior. “Os pomares estão lindos”, orgulha-se Basso.

O diretor da Divinut, indústria localizada em Cachoeira do Sul, Edson Ortiz, compartilha da percepção quanto à qualidade da matéria-prima e destaca os benefícios que virão da comercialização de unidades mais pesadas. “No ano passado, precisávamos de três castanhas para alcanãr o peso de uma colhida neste ano. Viemos de três anos de seca, o que prejudicou muito as árvores. Nesse ano, elas estão muito bonitas e viçosas”, relata.

O cenário vem ao encontro de um dos principais objetivos da cadeia produtiva da noz-pecã no Rio Grande do Sul para 2024, que é fomentar as exportações. “Ano passado, tivemos uma demanda dos Emirados Árabes Unidos, com um negócio praticamente fechado, que, infelizmente, não pudemos atender, pois a produção não tinha o tamanho necessário”, conta. Ortiz também lembra da rentabilidade prejudicada em 5 toneladas de pecã descascadas enviadas ao Egito. “A tonelagem por hectare foi afetada”, diz.

Conteúdo extraído de Correio do Povo 14/01/2024

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