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O terceiro ano consecutivo de seca agrava as condições dos ervais na região. A falta de umidade no solo ocasiona o estresse hídrico da planta e consequente perda de produtividade. Apesar de considerada mais resistente, a falta de chuva e o excesso de calor podem levar à quebra de 30% na safra de erva-mate.

Se não houver chuva regular nos próximos dias, há risco de perda irreversível em pelo menos 10% das plantas. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Erva-mate no Estado do Rio Grande do Sul (Sindimate-RS), Alvaro Pompermayer, este é o pior momento da cultura. “Não há registros históricos de situações semelhantes.”

Esse cenário se repete em cultivos de Santa Catarina e Paraná. Áreas na Argentina e Paraguai também são afetadas pela estiagem. Nessas regiões fora do Brasil as perdas são ainda maiores. “A promessa de chuva para os próximos dias renovam nossa esperança”, comenta o presidente do Sindimate-RS.

A escassez hídrica compromete o segundo ciclo de brotação e deve refletir ainda na produtividade do inverno. Na avaliação de Pompermayer, são necessários pelo menos 100 milímetros de chuva para regularizar as condições das plantas. “A erva produz durante todo o ano. Há, pelo menos, três ciclos de brotação e um deles ficou comprometido.”

A quebra de produtividade ocorre em um período em que o mercado interno tem redução de consumo e as exportações também registram menor volume. De acordo com as indústrias do setor, os ervais comprometidos em outros países podem abrir oportunidade de negócio ao produto local, mas com menor oferta, a tendência é de dificuldade em atender a demanda.

No ciclo passado o valor negociado ao produtor chegou a R$ 25 por arroba. Agora, o preço segue na faixa de R$ 20. Diante dos problemas com a estiagem e menor oferta, há especulações sobre maior valorização da erva-mate no mercado.

Manejo do solo

O correto manejo do solo com cobertura para reter umidade é alternativa ao conforto térmico das plantas. Conforme o engenheiro agrônomo e técnico da Emater-RS/Ascar, Ilvandro Barreto de Melo, essa prática pode ampliar a resistência dos ervais.

“É através da água que os nutrientes circulam pela planta. Quando ocorre a escassez hídrica são ativados mecanismos de retenção de líquidos e com isso interrompo o processo de produtividade”, explica o técnico. Melo destaca que a erva-mate é muito resistente e por isso não se tinha uma preocupação com episódios de seca. “Desta vez é diferente, pois são três estiagens consecutivas. Com isso, há perdas também nos ervais”, reforça.

No caso da planta já apresentar algum sinal de estresse hídrico, o recomendado é que o produtor não faça nenhuma intervenção. “A poda ou adubação somente agravariam essa condição.” De acordo com Melo, além da perda que pode chegar a 30% em áreas implantadas há mais tempo, em caso de plantio recente, a chance de dado irreversível é superior a 80%.

No RS, a produtividade estimada pode cair para 230 mil toneladas. Em anos de condições normais, o volume processado chegou a 330 mil toneladas. Em relação à área cultivada, se mantém acima de 35 mil hectares.

Produção no Vale

MUNICÍPIO VALOR – anual
Arvorezinha – R$ 58,3 milhões
Ilópolis – R$ 31 milhões
Anta Gorda – R$ 25,4 milhões
Putinga – R$ 10,6 milhões
Mato Leitão – R$ 623 mil
Doutor Ricardo – R$ 655 mil
Capitão – R$ 332 mil
Roca Sales – R$ 302 mil
Relvado – R$ 252 mil
Vespasiano Corrêa – R$ 285 mil
Dois Lajeados – R$ 210 mil
Boqueirão do Leão – R$ 88 mil
Muçum – R$ 85 mil
Coqueiro Baixo – R$ 55 mil
Sério – R$ 52 mil
Encantado – R$ 52 mil
Nova Bréscia – R$ 33 mil
Santa Clara do Sul – R$ 28 mil
Marques de Souza – R$ 18 mil
Progresso – R$ 14 mil
Cruzeiro do Sul – R$ 12 mil
Canudos do Vale – R$ 7 mil

fonte: A Hora

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