Édio Oscar Camilotti (65), morador de Putinga, foi picado por uma jararaca ao colher cana-de-açúcar. O fato ocorreu por volta das 11h da última sexta-feira (1) na propriedade da família. “Ao pegar a cana senti uma dor inexplicável. Então com o facão levantei a palha e vi a cobra”, relatou Camilotti. Picado no pulso esquerdo, o agricultor caminhou por dez minutos até sua residência, onde foi levado imediatamente para o hospital da cidade, mas devido a gravidade do ferimento foi encaminhado para atendimento no Hospital Bruno Born, em Lajeado. Depois de três dias internado, Édio Oscar Camilotti recebeu alta e se recupera em casa.
Sobre a Jararaca
Jararaca é o nome comum dado a algumas espécies de cobras venenosas da família **Viperidae**, que habitam principalmente as regiões da América do Sul e Central. No Brasil, o termo “jararaca” é frequentemente associado a duas das mais conhecidas espécies de serpentes da região: **Bothrops asper** (jararaca-comum) e **Bothrops jararaca** (jararaca-pitanga). Essas cobras são famosas não apenas pela sua periculosidade, mas também por sua presença em áreas rurais e urbanas, especialmente em florestas e regiões de mata atlântica.
As jararacas são cobras de médio a grande porte, comumente encontradas em áreas de mata, mas também em locais com vegetação densa, como campos e até mesmo em áreas urbanas próximas a florestas. Elas são facilmente identificáveis por algumas características físicas: A cabeça das jararacas é larga e triangular, típica das cobras da família Viperidae. Esse formato é uma das formas de identificar uma jararaca. Muitas jararacas possuem escamas dorsais dispostas de forma a formar um padrão de losangos, com cores que podem variar entre o marrom e o verde oliva, o que ajuda na camuflagem. Geralmente, as jararacas têm uma coloração de camuflagem que ajuda a se misturar com o ambiente, tornando-as difíceis de detectar. A coloração pode variar do marrom ao verde-oliva, com manchas mais claras e escuras. O veneno da jararaca é composto por uma mistura de **toxinas** que têm efeito sobre o sistema circulatório, o sistema nervoso e o sistema muscular. As principais substâncias do veneno da jararaca incluem: Afetam os vasos sanguíneos e podem provocar hemorragias internas e externas. Isso pode levar à necrose (morte) de tecidos, dificuldades de coagulação e até falência de órgãos, como os rins. Embora em menor quantidade, o veneno também contém neurotoxinas que podem afetar o sistema nervoso, levando a paralisia e dificuldades respiratórias.
As jararacas são **terrestres** e, em geral, são **noturnas**, o que significa que preferem caçar durante a noite. Elas se alimentam principalmente de pequenos mamíferos, aves, répteis e até de anfíbios. As jararacas são **constritoras** e **ambush predators** (predadores de emboscada), ou seja, elas aguardam pacientemente em um local onde podem se camuflar bem e, quando uma presa se aproxima, atacam rapidamente com uma mordida venenosa. As jararacas possuem presas longas e fixas, que são usadas para injetar veneno na presa. Elas têm a capacidade de injetar grandes quantidades de veneno em um único ataque.
Quando se sentem ameaçadas, as jararacas podem adotar posturas defensivas, como se erguerem para parecer maiores e mais ameaçadoras. Elas também podem emitir sons, como sibilos, quando se sentem em perigo, alertando outros animais (e seres humanos) de sua presença.
A jararaca, sendo uma cobra venenosa e muitas vezes encontrada em áreas de grande atividade humana, pode representar um risco considerável. Embora as mordidas de jararaca raramente resultem em morte, elas podem causar sérios danos ao corpo humano, especialmente se o tratamento adequado não for administrado rapidamente. O antiveneno é essencial para o tratamento eficaz, e a aplicação imediata de cuidados médicos após a mordida pode salvar vidas.
Em caso de mordida de jararaca, é fundamental procurar atendimento médico imediato. O tratamento geralmente envolve: A aplicação de antiveneno específico para jararaca, que neutraliza as toxinas presentes no veneno. Isso inclui a administração de fluidos intravenosos para ajudar na pressão sanguínea e no funcionamento dos órgãos, controle de dor e monitoramento constante do paciente. Em casos de necrose grave, pode ser necessário realizar procedimentos cirúrgicos para remover tecido morto ou afetado pela mordida.