A safra de soja é a cultura mais impactada pela falta de chuvas no Rio Grande do Sul neste começo do ano de 2025. A projeção original era colher 23 milhões de toneladas do grão. Porém, em função da estiagem, a perspectiva mais otimista aponta para 18 milhões de toneladas. Isso se chover até a colheita, como reforça o presidente da Brasoja Agrocorretora, Antônio Sartori. “Se chover bem daqui até a colheita, a safra vai ser no máximo 18 milhões. É bem possível que a safra seja menor. Nós falamos de perda irreversível”, destaca.
Na fotografia de hoje, terça-feira (4), Sartori afirma que 5 milhões de toneladas já foram perdidas, uma quebra que não chega a 25%, ressalta. Com os números atuais, os produtores já amargam perdas que somam R$ 10 bilhões. Para o Produto Interno Bruto (PIB) do RS, isso representa uma redução de R$ 40 bilhões na economia gaúcha, detalha. “Não tem chovido, está faltando água e as projeções não são de boas chuvas no curto prazo. Então, as perdas podem aumentar”, alerta.
Conforme Sartori, o Estado chega ao quinto ano consecutivo com colheitas prejudicadas por fatores climáticos. “A desuniformidade das lavouras é muito grande”, lamenta o diretor da Brasoja.
Safras consolidadas nos últimos anos
- 2024 – 20 milhões de toneladas
- 2023 – 14 milhões de toneladas
- 2022 – 12 milhões de toneladas
“Nos últimos cinco anos, perdemos uma safra inteira”, aponta Sartori, ao analisar as projeções e os resultados finais. A situação é mais drástica na metade sul do RS. “Com 40 sacos por hectare, a conta não fecha”, afirma. No norte do Estado, a situação é um pouco mais reconfortante – 60 a 80 sacas por hectare. Na metade sul, de 30 a 50. Com este cenário, há temor de abandono da atividade no Estado. O diretor da Brasoja fala em reconversão da atividade econômica, com migração de produtores de soja para regiões sem o risco climático do Rio Grande do Sul, como o norte do país.
Fases da soja
- Plantio – final de outubro, novembro e dezembro
- Colheita – final de março até os primeiros dias de maio
Outras culturas
O milho, por exemplo, está quase todo colhido e escapou dessa onda de calor extremo, detalha Antônio Sartori, da Brasoja. A safra de arroz também tem se desenvolvido razoavelmente bem, explica. As atividades mais impactadas são a soja e a pecuária, com o gado leiteiro.
Fonte: Independente