Atuando como pároco de Espumoso desde fevereiro, Marcos Denardi está prestes a celebrar seus 25 anos de ordenação, a qual ocorreu em 1999. A celebração está marcada para o dia 14 de novembro, às 19h30min. Após a missa, ocorre jantar por adesão, no Centro Comunitário, sendo aberto ao público.
O padre relata que sua vida vocacional iniciou ainda no seio materno. “Sempre participei das missas, fui catequista, membro do grupo de jovens, então, a vocação sempre esteve ali, porém eu respondi a ela com 19 anos. Eu já trabalhava, era vendedor e sempre gostei muito de me relacionar com as pessoas. Sempre tive muita facilidade nessa questão de comunicação e interação. Acredito que Deus já tinha me escolhido”, conta.
Natural de Augusto Pestana, ele conta que quando decidiu assumir sua vida vocacional, foi encaminhado para Viamão, onde fez formação em filosofia e teologia. “Também sou formado em teatro e tenho pós-graduação em psicopedagogia. Em fevereiro de 1999 quando terminei essa etapa de formação, fui ordenado diácono na Paróquia São Jorge de Espumoso”, lembra.
“Já atuei em alguns municípios, e de 2005 a 2007, fiz meu mestrado em teologia sistemática na PUC. Em 2013 continuei meus estudos e tive a oportunidade de ir para Roma, onde fiquei de 2013 a 2018. Lá fiz mestrado e doutorado, sempre dentro da minha área que é cristologia”, acrescentou.
“Como aproximar os jovens da igreja católica”
Quando questionado sobre como aproximar os jovens da igreja católica, o religioso explanou: “Como eu fui introduzido muito cedo na igreja, vejo que os pais devem ser os primeiros em dar o testemunho aos filhos, dizer que é importante. Tem muitos jovens que não participam da igreja, mas tem fé”, avalia. “Hoje vejo que o jovem tem uma liberdade maior do que no meu tempo, e ele pode até errar, mas não porque quer. E nós não podemos condenar e sim acolher. Precisamos olhar para eles, conversar e se aproximar. Em Espumoso queremos introduzir os coroinhas e as martinhas (meninos e meninas) que podem ajudar no altar; queremos reativar o Onda; o Movimento 72, e assim dando continuidade. Nossos jovens, além das missas, podem participar de encontros, retiros, campeonatos, enfim”, disse.
Denardi também avalia o que tem impedido os jovens de estudarem para padre. “Penso que primeiramente as famílias diminuíram o número de filhos. Segundo, porque antigamente a escolha por ser padre dava a oportunidade de estudar. Agora, acredito que quem quer ser padre é por vocação mesmo. Não acredito que os jovens deixam de estudar para padre pelo fator casamento. Não é pelo celibato e castidade, pois se fosse por isso, os pastores estariam cheios de vocações, mas a crise deles é pior do que a nossa”, declarou.
E seguiu: “Quem quiser estudar para padre, a igreja paga tudo. Nós fizemos um acompanhamento na casa por um período, depois o jovem vai para o propedêutico que atualmente é em Santa Cruz do Sul, depois fará quatro anos de filosofia em Santa Maria e depois mais quatro anos de teologia. Depois faz graduação, mestrado, doutorado, enfim. Eu acredito muito num trabalho sistemático. É como preparar a terra para o plantio. Basta jogar a semente e cuidar”, frisou.
O porque mulheres não celebram missas e padres não casam
Dois temas que geram muitos questionamentos, foram explanados por Denardi. “Mulheres não celebram missas por uma questão doutrinal. Se a igreja quisesse, ela poderia abrir essa possibilidade. O que acontece é que o Papa Bento XVI definiu isso, e o Papa Francisco não irá mudar. Não é uma questão de preconceito, mas se olharmos o grupo dos discípulos, haviam mulheres, mas para nenhuma foi dada o título de apóstolo. Por ter sido uma questão de escolha de Jesus, a igreja continua observando isso, mas as mulheres tem a possibilidade de serem ministras, irmãs que exercem sua função como religiosas”, citou.
O mesmo ocorre com o casamento de padres. “Na minha opinião o padre não deve casar. Eu, por exemplo, atuo em 28 comunidades e se fosse casado e tivesse filhos não teria essa doação total. O padre em si, para melhor se dedicar à missão, precisa de um espaço de reflexão, de meditação, de planejamento. Os pastores casam, mas dificilmente um pastor terá 28 comunidades para atuar. A nossa estrutura de igreja nos exige muito. O diácono sim pode casar. Hoje temos na diocese 13 diáconos que são pais de família que colaboram com a nossa missão”, comentou.
O religioso encerra: “Jesus constantemente bate à porta nos convidando a fazer um encontro verdadeiro com Ele. Quando encontramos sentido para a nossa vida em Cristo, conseguimos superar todas as dificuldades, limitações e fraquezas para a nossa vida. Nossa igreja em Espumoso é aberta todos os dias e nosso objetivo é orientar as pessoas para que elas se encontrem”, finalizou.
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