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Tudo indica que o trigo apareceu cerca de 10.000 anos a.C. nas regiões do Rio Eufrates e Tigre, entre Egito e Iraque (Ásia). Os primeiros registros foram em 550 a.C. e a Bíblia tem diversas passagens que mostram a importância do grão.

No Brasil, ele chegou com o navegador Martim Afonso de Souza em 1534 por São Vicente, em São Paulo, e no Rio Grande do Sul, foi introduzido pelos portugueses em 1737. Mas, começou a ter importância só início do século XIX e logo perdeu força com aparecimento de doenças.

Teve sua retomada no período final da II Guerra Mundial. Mas, novamente a ferrugem destruiu muitas lavouras. Tinha uma história, que não foi comprovada, que espiões americanos (concorrentes), haviam espalhado a ferrugem nas lavouras e nossos trigos não eram resistentes.

A partir da década de 60 a pesquisa trabalhou forte na melhoria genética e na resistência de doenças. O Ministério da Agricultura, a EMBRAPA, pesquisas estaduais, cooperativas, universidades, produtores de sementes e diversas instituições pública e privadas transformaram o trigo.

Na década de 70 e 80 havia grande área plantada de trigo e muitas vezes doenças liquidaram com as lavouras, como ferrugem oídio, Mosaico, Giberela, etc. Cabia a extensão rural fazer a assistência técnica, projetos de crédito e quando dava problemas os levantamentos do seguro agrícola PROAGRO.

Os envolvidos na pesquisa conseguiram colocar no mercado variedade/cultivares melhores geneticamente e mais produção de farinhas com finalidades diferentes. No passado tínhamos a farinha comum moída mais fina e a famosa “semolina”, que era moída mais grossa, preferidas pelas padarias e doceiras.

Foto: Divulgação

Hoje é possível escolher o cultivar conforme a utilização: para panificação, bolachas, tortas, fabricação de ração, exportação, produção de etanol e de uso para a propriedade agricultura familiar. Fiz um levantamento lá por 1980 e a região tinha 83 moinhos que trabalhavam com trigo, milho e descascavam arroz. Muitas propriedades plantavam em áreas escolhidas para estas culturas. Os farelos eram usados pelos produtores para alimentação animal. Hoje temos trigo especializado para produção de duplo propósito: pastoreio e produção de grãos. Além da importância de manter o solo coberto durante o inverno ajudando a evitar perdas por erosão.

“Ressuscitaram o trigo” pela importância na propriedade, no equilíbrio de contas, na rotação de culturas e da valorização dos consumidores pelos panificados.

As boas condições climáticas, s dedicação dos produtores e o potencial produtivo fizeram o Brasil bater o recorde de produção: 9,5 milhões de toneladas (consumo de 12 milhões de toneladas). Paraná, (este ano perdeu a liderança para RS) RS e SC produzem 90% de todo o trigo. Outros estados vêm surgindo: São Paulo, Minas Gerais, Tocantins, Bahia, Distrito Federal e já estão plantando trigo no Nordeste.

Foto: Divulgação

No RS dados da EMATER informam que a produção passa um pouco 5 milhões de toneladas (produtividade 3.508 kg). A plantação chegou a 1,450 milhões de hectares, a maior área dos últimos 42 anos.

O resultado disso é que precisaremos importar menos, nosso trigo tem boa qualidade e de certa forma vai diminuir o preço da farinha para quem utiliza. Problemas sempre aparecem e, no caso, a logística e armazenagem devem preocupar. Por outro lado, o balanço do mercado internacional pode alterar preços, como também favorecer a exportação, questões a serem avaliadas.

fonte: Grupo Independente

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