Os próximos anos do Sistema Ocergs são focados em prosperidade: aumentar o faturamento das cooperativas gaúchas para R$150 bilhões até 2027. A construção de comitês, promoção de eventos e debates é o foco para que juntas, as cooperativas encontrem estratégias para superar os desafios e alcancem os resultados divulgados pela entidade.
A Expodireto é uma grande oportunidade de discussões nesse sentido e, por isso, o Sistema Ocergs promoveu já no primeiro dia da Feira, 6 de março, no Auditório da Produção Animal, o Fórum Tendências de Governança e Estruturação de Capital em cooperativas Agro, um evento internacional e exclusivo voltado para a gestão do ramo, com o objetivo de melhorar sua captação de recursos.
Na abertura do evento, o presidente do Sistema, Darci Hartmann, destacou os principais números do RSCOOP150bi, como a projeção do aumento de sobras líquidas das cooperativas de R$3,6 bilhões para R$7,5 bilhões. Hartmann destaca que a variação estimada de 5% na margem líquida deve ser o foco principal das discussões, buscando o crescimento, a sustentabilidade financeira e o aumento de competitividade das cooperativas frente à velocidade de mudança do mercado.
Para ele, eventos como esse servem de subsídio para que as cooperativas tenham cada vez mais condições de pensar juntos o planejamento estratégico e chegar de forma rápida e estruturada nos resultados almejados. Ele destacou também a fala do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, na abertura da Feira sobre a importância das linhas de crédito e do apoio do governo ao cooperativismo.
“Precisamos buscar créditos estruturados e integração entre as cooperativas e ramos e trabalhar suas dificuldades para alcançarmos nossos resultados. É função do Sistema Ocergs criar alternativas econômicas para os associados das cooperativas e por isso criamos esse desafio: fornecer subsídios para que possamos crescer cada vez de forma estruturada”, destacou.
O superintendente do Sescoop/RS, Mário De Conto, mediador do evento, destacou que o evento foi pensado em conjunto com o Sistema OCB, buscando diferentes visões a respeito do tema e de maneira a atender projetos estruturantes do RSCOOP150 como: Desenvolvimento de Cooperativas, que busca pensar em diferentes alternativas de financiamento e capitalização das cooperativas; Investimentos em Infraestrutura e Logística e Alianças Estratégicas.
Sistema OCB – Tendências na estrutura de capital de cooperativas
O coordenador do ramo Agro no Sistema OCB, trouxe os desafios do ramo agro, focando na visão e no movimento desenvolvido pelo Sistema OCB para inserir as cooperativas de forma correta nos mercados e como elas devem fazer para acessar alguns recursos.
Ele destaca que o papel do Sistema é dar informações para que o setor ganhe cada vez mais espaço, criando ações e iniciativas para impulsionar o alcance das cooperativas do ramo, assim como dar informações para que as unidades estaduais auxiliem no processo de inserção de mercados.
“Além de também já possuírem negócios em outros segmentos importantes, as cooperativas têm buscado se movimentar para garantir ainda mais presença nas cadeias do agronegócio a partir do aprimoramento de processos de gestão, governança e profissionalização”, destacou.
Após trazer um panorama do ramo no Brasil, ele explicou como a OCB atua junto a órgãos reguladores, entidades do agronegócio e instituições financeiras, por exemplo, a fim de dar mais conhecimento do modelo de negócios cooperativista. O destaque fica por conta da política agrícola, em que mostrou um paralelo entre os Planos Safras 2022/2023 e 2023/24. “Nosso objetivo é que a política agrícola seja mais fortalecida de acordo com as necessidades das coops e elas sejam cada vez mais contempladas”.
Coopercitrus – Intercooperação e inovação
A CFO da Coopercitrus Simonia Sabadin, discorreu sobre as ações de estruturação de capital na Coopercitrus. Ela é economista, pós-graduada em Administração de Empresas com ênfase em Marketing (FAAP) e tem mais de 30 anos de experiência no mercado financeiro.
Simonia compartilhou alguns exemplos de boas práticas da cooperativa, com destaque para intercooperação financeira em parceria com a Sicoob Credicitrus, a fim de apoiar os cooperados na aquisição de máquinas, implementos, insumos, enfim, todo o portfólio de soluções integradas, com linhas que, além de viabilizarem os custeios e investimentos no setor rural, oferecem taxas mais atrativas e maior agilidade na contratação.
Ela comentou sobre os benefícios da intercooperação e acredita que com as medidas, os cooperados são atendidos com as melhores condições, gerando sua fidelização e uma melhor experiência e, consequentemente, o crescimento da cooperativa com sustentabilidade.
Em 2020, a coop promoveu a primeira edição da Coopercitrus Expo Digital e fez a implantação do Sistema SAP. É considerada uma das maiores cooperativas do Brasil na comercialização de insumos, máquinas e implementos agrícolas. Com mais de 60 filiais, a cooperativa conta com uma carteira de associados de mais de 38 mil agropecuaristas.
Cooperativas agro nos Estados Unidos
Keri Jacobs, pesquisadora da Universidade de Missouri, conhecida pelos estudos sobre o tema de governança e gestão de cooperativas e berço de um dos maiores pesquisadores sobre o tema no mundo, Michael Cook, discorreu sobre a integração das cadeias alimentares nos Estados Unidos e como isso impacta as cooperativas e como elas buscam alternativas de capital.
Além de dar um panorama sobre as cooperativas, ela destacou a importância da capacitação dos Conselhos das cooperativas e dos seus entendimentos sobre o seu papel para melhorar a governança das coops.
Ela sugere a criação de comitês dentro dos conselhos, com pessoas que não são associadas trazendo visão de mercado, para que as diretorias possam pensar de forma mais estratégica o negócio das coops. “Precisamos melhorar a cultura dos conselhos, treiná-los para que eles tenham mais responsabilização sobre seu papel e entenderem a necessidade do associado”, destacou. E sobre a idade média dos conselhos ela destaca: “É preciso a tradição do cooperativismo com a inovação das novas gerações”.
Jacobs se dedica ao desenvolvimento da governança e perspicácia financeira de diretores e funcionários e na conscientização e engajamento entre os associados das cooperativas agropecuárias. Sua pesquisa considera as oportunidades dos produtores por meio da ação coletiva dentro de suas cadeias de abastecimento e as consequências da consolidação nas cooperativas agrícolas.
Fonte: Assessoria de Imprensa dos Sistema Ocergs-Sescoop/RS