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Uma das primeiras coisas que observamos nas crianças é o comportamento que eles (re)produzem. Em casa, quando temos um filho autista e nasce o segundo filho, ficamos em constante observação e, muitas vezes, com intensa dificuldade de interpretação do que é imitação e do que é autismo. Mas, independente de tudo, sabemos que uma grande porcentagem do autismo é genética. Logo, podemos ter uma perspectiva do que nos espera enquanto família. 

Na escola, o comportamento também é algo “gritante”; não somente em relação à criança autista, mas também com relação ao contexto em que se insere a nova geração de alunos que temos. Perceber que nossas crianças já não são como antigamente (quietos enfileirados e seguindo um “padrão” considerado correto pela sociedade), às vezes, causa-nos preocupação. Muitas vezes, percebemos que a “gritaria” está no meio em que estamos vivendo. E o que isso significa? Perguntamo-nos, muitas vezes, se o ambiente em que vivemos nos proporciona tranquilidade. E, convenhamos, calma e tranquilidade é fundamental para que ocorra a aprendizagem. Porém, ter calma e tranquilidade não depende somente da escola, vai muito além dela, envolve a família. 

Escola e família precisam criar laços verdadeiros e cada uma precisa dar conta de suas responsabilidades. Escola e família precisam estar em sintonia, andar juntas, pois o ambiente de uma se reflete na outra em forma de comportamento. O ambiente ensina muito e as pessoas aprendem pelos exemplos que veem nos lugares que circulam. Assim, quando alguém se sente bem-vindo e protegido em um determinado lugar, o cérebro fica mais receptivo e a aprendizagem flui com naturalidade. 

Há artigos científicos que abordam claramente a importância da afetividade no aprendizado. Por essa razão, a escola e os professores sempre orientam não falar sobre um aluno ou filho autista na frente dele sem que ele esteja incluído na conversa. Não se deve ignorar a presença da criança como se ela não fosse capaz de compreender o que está sendo dito, pois ela compreende, e prova disso está nas atitudes dela que virão como consequência (seguindo a lógica de ocorrências: antecedente, comportamento e consequência). 

Tudo que está ao redor da criança – o ambiente – vai interferir no seu comportamento. Se o pai e a mãe brigam constantemente em casa, diante dos filhos, isso se refletirá no comportamento dessa criança em outros ambientes. Se o ambiente de casa é de respeito e cuidado esse será o comportamento que será replicado pela criança nos ambientes que ela irá frequentar. Se o professor vai para a sala mostrando-se insatisfeito (geralmente pelos desafios que precisa enfrentar) o aluno, com certeza, sentirá e, provavelmente, terá como consequência uma reação negativa. Porém, se o professor se mostra receptivo e acolhedor mesmo diante de todas as dificuldades, o aluno se sentirá acolhido e sua reação será positiva. 

Por fim, o ambiente em que vivemos se reflete no comportamento que temos. Isso vale para crianças e adultos. Para os adultos, vale lembrar, que nosso comportamento deve adequar-se ao ambiente. Uma das coisas que aprendemos (e muitas vezes são esquecidas por alguns) é sobre a importância de nos vestirmos adequado ao ambiente em que estamos, afinal, seria impróprio usar biquíni na escola e blusão na praia. E, por diversas vezes, nos pegamos a pensar o quão inadequado é um comportamento, sem ao menos tentar entender o contexto em que a pessoa que o (re)produz está inserida e aí sim encontrar meios de mudar o comportamento. Sem esquecer que, sem dúvidas, a aprendizagem com maior significado está no exemplo.

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