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A trajetória da Escolinha de Futsal Ser Djim, criada pelo professor Dirceu Simon, iniciou em agosto de 1980, em Espumoso,  e desde então, não apenas formou atletas, mas cidadãos. 

Seu fundador, recorda o início. “Foi um início difícil, tínhamos apenas dois ou três alunos. Começamos a trabalhar no Parque de Exposições, que era a única quadra que tinha. Depois, foi fundado o módulo esportivo, e no momento que foi criado o Centro Comunitário, passamos a trabalhar lá. A Ser Djim tem uma história de formação de pessoas e alguns atletas que se destacaram, sendo que uma época na Itália tinha 12 jogadores que haviam se formado na nossa escolinha. Ou seja, a trajetória teve muito sucesso”, conta Dirceu.

Ele também revela a origem do nome da escolinha. “Na época de adolescência eu e meus cunhados tínhamos uma equipe de futsal e essa equipe participava do municipal. Na hora de escolher o nome da equipe, passamos para as nossas namoradas essa responsabilidade. Elas foram para o dicionário e encontraram a palavra Djim, que significa entidade árabe, benéfica ou maléfica, superior aos homens e inferior aos anjos. Quando iniciei com a escolinha, começou como Escolinha de Futebol de Salão. Com o tempo eu precisava dar um nome e usei Ser Djim, pois superior aos homens e inferior aos anjos, são as crianças”, explica. 

Questionado como era o treinamento dado às crianças antigamente em comparação com a atualidade, Dirceu explana: “É basicamente o mesmo, mas com as modificações que surgiram durante esse tempo todo. Mas a maior dificuldade que vemos hoje nas crianças que estão chegando na escolinha é a coordenação motora, pois a maioria vive na frente de celular, do computador. Já as que tem espaço para brincar, se desenvolvem melhor”, disse. “Ainda destaco que é importante que os pais saibam que a escolinha é uma formação, que se começa lá de baixo e chega num momento que uns se destacam mais. Não existe, jamais, como forçar uma situação”, acrescentou.

Dirceu também comenta sobre o que projeta para a Ser Djim no futuro. “Os projetos são muitos, mas sempre esbarram na questão financeira. Mas uma das ações é que a partir do ano que vem, a pedido de muitos pais, vamos iniciar o Sub-04 e o Sub-05. Estamos ainda pensando em lançar equipes para disputar o estadual”, frisou. 

Ele encerra citando alguns pontos que Espumoso pode melhorar em favor do esporte. “Em Espumoso vejo que falta dar espaço para a criança sentir o que ela quer jogar, se é vôlei, handebol, futsal, se é arremessar, saltar, enfim. Mas isso depende do Poder Público. É preciso fomentar outras modalidades, não só futsal”, considerou.

O filho que cresceu no esporte junto com o pai

Marcel Simon é filho de Dirceu, colaborador do Ser Djim e viveu momentos importantes junto à escolinha de futsal. “O corpo docente da Ser Djim é muito qualificado, feito principalmente por meu pai e outros profissionais competentes que ajudam a valorizar ainda mais a escolinha, o futsal e a cidadania”, comenta.

Marcel já teve passagem por vários clubes e países, e conta mais a respeito. “A minha carreira começou no Ser Djim com cinco anos de idade, mas as pessoas acham que o atleta tem que nascer com um dom para dar certo, que tem que ser acima da média desde criança, mas no meu caso não foi assim. Sempre fui reserva, mas sempre busquei evoluir, pois queria provar que merecia mais espaço. A partir dos 15 anos eu evolui bastante, eu amava o esporte, eu amava o futsal, e enquanto os outros atletas treinavam cinco horas semanais, eu treinava cinco horas por dia”, lembra. 

“Com 17 anos fiz parte do time que foi vice-campeão estadual do Guarani em 1998. Fiquei no Guarani até ele existir. Tive uma pequena passagem no Atlântico, fui para Sananduva, Frederico Whestphalen, Ipiranga, e então surgiu a oportunidade de ir para Itália onde a equipe para a qual eu jogava acabou se tornando campeã italiana da segunda divisão. Também fui para a Espanha, Bélgica, França e encerrei no Guarani com o título em 2016 da Série Prata. Essa caminhada me ensinou muito da vida. O futebol abre muitas portas, proporciona muito aprendizado e várias amizades”, declarou.

Segundo Marcel, a criança precisa praticar esporte, saber seus limites, viver em coletividade, combater frustrações, superar dificuldades. “O esporte consegue fazer tudo isso. Vejo que seria de extrema importância existir uma Secretaria de Esportes nos municípios com profissional de qualidade atuante. É preciso vontade política, vontade das empresas em patrocinar. Acho que os próximos governantes devem pensar com carinho nisso e buscar verbas, pensar em criar espaços não só para o esporte, mas um local multiuso. Precisamos de mais sonhadores, de mais pessoas que acreditam e desejam criar bons cidadãos para o mundo”, citou.

Marcel conclui falando sobre os 45 anos da Ser Djim, que serão comemorados em agosto de 2025. Quem sabe possamos convidar todos os ex-atletas da Ser Djim e fazer um grande encontro. Acho que a data merece ser comemorada. São 45 anos de uma escolinha particular, mas que acima de tudo faz um trabalho social espetacular”, finalizou.

Confira aqui a entrevista completa

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