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Um hábito que começou com as tribos indígenas lá no século XVI, o chimarrão, é o hoje um dos mais importantes símbolos da cultura gaúcha. A tradição virou Lei, e em 2003, foi instituído o 24 de abril como o Dia do Chimarrão e a “bebida símbolo” do estado do Rio Grande do Sul. Mas a paixão pelo mate não tem fronteiras, e está presente no cotidiano de milhares de pessoas no Sul das Américas e no mundo. Ao longo dos anos, a bebida que combina a infusão mágica de partes da erva-mate com água quente ganhou versões diferentes e conquistou novos adeptos.

Além do inegável valor histórico, o chimarrão está ligado a um dos seguimentos mais resilientes da economia do Rio Grande do Sul. De acordo com dados do Sindicato da Indústria do Mate do Estado do Rio Grande do Sul (Sindimate-RS), o setor produziu quase 211 mil toneladas de erva-mate em 2022, com o valor de produção calculado em cerca de R$ 264 milhões. O volume é aproximadamente 13% menor que o registrado em 2021. No entanto, apesar do declínio na produção que deixa o estado na segunda posição atrás do Paraná, a preocupação maior do setor é com o consumo da bebida.

Nos últimos três anos, a indústria do setor identificou uma queda nas vendas da erva-mate devido a uma combinação de fatores, como destaca do presidente do Sindimate-RS, Álvaro Pompermayer. “O consumo do chimarrão sempre foi estável, uma média de 10 quilos/pessoa/ano. Atualmente, estimamos que esteja em torno de 8 quilos/pessoa/ano. Isso pode ser atribuído em parte a perda do poder de compra dos consumidores, o calor acima da média nos últimos anos e também a mudanças de hábito, como o desmanche das rodas de chimarrão em razão da pandemia de coronavírus e a adoção de cuias menores e mais econômicas”, explica. “Se o padrão de consumo no RS costumava ficar em torno de 100 mil toneladas ao ano, em 2021 isso ficou até 15 mil toneladas abaixo”, complementa o dirigente.

Para reverter esse quadro, a indústria e o Sindimate-RS buscam alternativas para incentivar o consumo e manter a tradição, mesmo que de forma individual. “A pandemia gerou dois fatores: o fato do ficar em casa aumentou as vendas de erva-mate. Mas o pós-pandemia gerou a queda no compartilhamento da bebida, como é tradição no estado, e isso ficou um pouco prejudicado. Aos poucos percebemos que está acontecendo uma individualização do chimarrão, o que não é um problema, desde que se mantenha esse hábito do nosso chimarrão diário para aproveitar os benefícios da erva-mate”, destaca Pompermayer.

Uma das estratégias do setor é mirar nos futuros consumidores, como explica o presidente do Sindimate-RS. “Estamos trabalhando para que as indústrias criem campanhas nas escolas com o Dia do Chimarrão, onde serão abordados não só a importância histórica e cultural, mas o aspecto de saudabilidade através do consumo de uma bebida saudável. Ao longo dos anos foi possível descobrir um mundo de benefícios, através do consumo cultural, do turismo, da cosmetologia e da gastronomia à base da planta”, afirma Pompermayer.

 

EXPORTAÇOES

Ciente que o consumidor está cada vez mais preocupado com a origem do produto e  à procura de produtos inovadores e diferentes, a indústria da erva-mate investe permanentemente em novidades e novos mercados, seja através do chimarrão à moda gaúcha ou com as bebidas feitas a partir da erva-mate, como o tererê e os chás.

O Rio Grande do Sul é o principal fornecedor mundial de erva-mate. Conforme levantamento do IBGE, o Brasil exporta para mais de 40 países, sendo o RS responsável por 73% da venda do produto no exterior. O Uruguai é o principal comprador da indústria gaúcha, depois vem Argentina, Espanha e Chile. Apesar do grande potencial para exportação, a maioria das indústrias gaúchas ainda tem o mercado interno como principal consumidor, como explica do presidente do Sindimate-RS.

“A exportação tá crescendo muito entre as grandes industriais, que já atendem não só mercados da América do Sul, mas países da Europa como a França e a Alemanha, que importa muita matéria-prima para processar e vender subprodutos”, ressalta Pompermayer. Ele completa: “Mas a maioria das indústrias, cerca de 80% delas, trabalham com o mercado interno. Por isso, é fundamental desenvolvermos estratégias para incentivar o consumo e o hábito saudável de beber o chimarrão”.

SUSTETABILIDADE – SINDIMATE-RS

Outro foco em pauta pelo Sindimate-RS é a redução da emissão de carbono no processo produtivo da erva. Essa é uma das estratégias para aumentar a eficiência com a redução da queima de biomassa, por exemplo.

No RS, o Sindimate foi criado em 1942 para representar as indústrias ervateiras do estado. Hoje, são mais de 250 indústrias no Rio Grande do Sul, com milhares de pessoas envolvidas em toda a cadeia produtiva da erva-mate. Segundo estimativas do setor, mais de 100 mil pessoas trabalham todos os dias no ramo ervateiro no RS. Ao todo, 191 municípios estão envolvidos na cadeia produtiva da planta.

 

 

 

Mais sobre Sindimate-RS

https://www.sindimate.org.br/

Instagram.com/sindimaters

www.youtube.com/@sindimateRS

 

Texto: AgroUrbano Hub Comunicação
Tel: (51) 99165 0244 – Emerson Alves
Foto: Sindimate-RS
www.agrourbano.com.br
Facebook: AgrourbanoComunicacao
Instagram: agrourbano_comunicacao

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