Ao falar em Análise do comportamento logo associamos ao psicólogo Skinner, Behaviorismo e tudo aquilo que um ser vivo sente, produz, faz ou pensa. O comportamento “diferenciado” de uma pessoa com autismo é um dos primeiros alertas em que ficamos atentos para a presença do transtorno. Os movimentos estereotipados, os gritos e risos aparentemente “sem motivo”, a ausência de intenção em iniciar e manter relações de socialização, a ausência da fala, tudo isso é observado na análise do comportamento, assim como quais as condições ambientais e relacionais em que a pessoa em questão está inserida. Em que condições um comportamento está acontecendo, qual seu motivo e em que contexto o comportamento ocorre. Tudo é comportamento nos seres humanos.
Quando estamos insatisfeitos, muitas vezes o comportamento condena, as palavras tentam amenizar o sentimento que contradiz a ação. Diferentes locais nos proporcionam diferentes comportamentos, assim como as pessoas e o nosso tom de voz é um sinal, e até ousaria dizer, um reflexo de como estamos nos sentindo ou encarando uma situação. Analisar o comportamento das pessoas muitas vezes nos dá retornos mais verdadeiros do que ouvi-las, pois, milhares de vezes elas falam o que precisam ou o que o outro quer ouvir e não o que sentem. Já observando o comportamento podemos ter respostas mais sinceras, até porque, hoje em dia muitas pessoas não aceitam sinceridade ou pontos de vista diferente, logo, é melhor analisar o comportamento alheio.
Muitos autistas são não verbais e através do seu comportamento conseguimos respostas, eles têm dificuldade para mentir ou fazer de conta (o lúdico não é a “praia” deles), são bons no que se propõe a fazer e observam tudo que acontece ao redor. Já pessoas típicas precisam de uma “mãozinha” para serem acessadas na sua essência, pois muitas vezes seguir as regras que a sociedade impõe dá um desgaste enfadonho, cansaço este que autistas muitas vezes não possuem, pois por não as seguirem a risca são consideradas diferentes.
O comportamento é uma transformação que ocorre no ser humano (que nos referimos agora) em uma interação com o meio, e acontece a todo o momento. As ações possuem um antecedente e vão gerar uma consequência, logo, nenhum comportamento acontece do “nada” o que precisamos é aprender, quando tivermos interesse, a observar qual ação proporcionou a reação.
Juliana Bitencourt