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Empreendedora, bombeira civil do Corpo de Bombeiros Voluntários de Marau, com passagens pelo Serviço Civil Auxiliar de Bombeiros de Serafina Corrêa/SCAB e muito atuante nas causas humanitárias em solo gaúcho. Assim descreve-se Taís Soccol, de Serafina Corrêa. Sócia-proprietária de um estabelecimento comercial da “Cidade Simpatia”, Taís, de 32 anos, participou entre os dias 24 de abril e 5 de maio, da Missão Amazônia. Organizada pelo Instituto Una Brasil, famílias que vivem na Comunidade Canabuoca, localizada às margens do Rio Amazonas, receberam muito amor, carinho e a dedicação de 15 voluntários de todas as partes do Brasil para uma melhor assistência em saúde, educação, suprimentos básicos e desenvolvimento social. O objetivo principal: transformar o ambiente e enriquecer a vida de cada um dos ribeirinhos.

Para chegar à Comunidade de Canabuoca, segundo ressaltou a serafinense, foram cerca de 13 horas de barco da capital Manaus. A navegação era o único acesso. O meio de transporte, inclusive, foi a residência temporária dos voluntários que tinham como missão, além de levar esperança de dias melhores e muita alegria aos amazonenses, construir um posto de saúde. O grupo, disse a bombeira civil, era composto por dentistas, médica, fisioterapeuta, entre outros profissionais dos mais diversos ramos.
Conforme Taís, a experiência mudou o pensamento de como encarar o dia a dia. Ela relata que os ribeirinhos vivem com o básico e, em seus imóveis, não há praticamente nada de móveis e eletroeletrônicos, por exemplo.
“A experiência mais desafiadora e sensacional da minha vida. Foi totalmente ao contrário do que esperava. O que achava que ia ser difícil, tirei de letra. Porém, em muitas outras o psicológico pesou. As pessoas são acostumadas a viver com o mínimo do mínimo e, por vezes, são muito mais felizes do que nós que ‘temos praticamente tudo de bens materiais’. Eles sabem viver e dar valor ao básico. É uma cultura diferente”, disse Taís.
As maiores dificuldades dos ribeirinhos, destacou a serafinense, são os atendimentos em saúde e odontológicos. Não há farmácias, Unidade Básica de Saúde (UBS) e, muito menos, um hospital para os casos mais complexos. Médicos deslocam-se a cada 15 dias para o suporte básico em meio turno e, quando a situação requer urgência, uma lancha SOS é solicitada para o transporte até Manaus.
“É difícil! Enquanto estivemos lá, a maior procura era de atendimento odontológico. Praticamente todas as crianças precisaram passar pelo dentista. Infelizmente não houve tempo hábil para que todos fossem consultados, mas em julho vai mais uma turma de voluntários”, ressaltou a serafinense.
“Enquanto os atendimentos eram realizados em uma sala improvisada em uma escola, nós dávamos continuidade à construção de um posto de saúde. O Instituto Una Brasil, através das missões, está edificando o espaço para dar dignidade”.

A acolhida do povo, disse Taís, foi maravilhosa e todos, indistintamente, foram gratos pela ajuda que estavam recebendo.
“Em forma de gratidão, eles nos presenteavam com frutas e faziam questão que fossemos em suas casas. Nos primeiros dias estranhávamos porque não tinham nada, somente redes para dormir e algumas coisas básicas. Porém, nos acostumamos e, ao longo da jornada, conhecemos as histórias e a realidade de vida de cada um. Eles são acostumados e, diferente do que pensávamos, não são pessoas infelizes. Muito pelo contrário. São felizes e transmitem essa felicidade para todos. Vivem com aquilo que têm, mas há pouca assistência dos Governos. Parece que não existem. Na real: são eles por eles”, afirmou a voluntária.
Para Taís, a Missão Amazônica, oportunizada pelo Instituto Una Brasil, foi gratificante pelo carinho das crianças e a acolhida de cada um dos ribeirinhos da Comunidade Canabuoca.
“Se eu tivesse uma nova oportunidade? Iria de novo, com certeza. Eles me ajudaram mais do que eu pude auxiliá-los nas demandas. Me transformaram em um ser humano melhor. Conseguimos ver a realidade dos outros. Por hábito nós reclamamos de tudo, tendo praticamente tudo e eles são felizes sem ter quase nada. Me senti acolhida e protegida”, concluiu a serafinense que deverá se colocar à disposição do Instituto Una Brasil para continuar contribuindo em ações humanitárias.
Central de Conteúdo/Rádio Aurora 107.1 FM