O Mercado Comum Europeu, há mais de 20 anos, se enrola para assinar o tratado de cooperação com o Mercosul. Coloca ao longo desse tempo, uma série de empecilhos, que agora emergem através dos protestos, principalmente dos agricultores Franceses, representados pelo presidente Macron. Aprovaram uma lei para dificultar a importação de produtos do agro de países que pratiquem desmatamento para a produção de cereais e oleaginosas. No Brasil, as áreas de preservação são no mínimo de 20% da propriedade, ante os 4% praticados por eles.
No Mercosul, o clima permite até três safras por ano, enquanto na Europa, apenas uma. A agricultura do velho mundo é altamente subsidiada pelo governo e possui baixa produtividade se comparada aos países produtores da zona do Mercosul. Quem diria que os defensores do livre mercado e da alta produtividade, regulado pela lei da oferta e procura, com a mão invisível do mercado de Adam Smith intermediando tudo, sendo substituído pelo velho e bom John Maynard Keynes e sua ideia de intromissão do estado na economia.
Toda a retórica do aquecimento global, não passa de conversa fiada para justificar a incompetência de sua produção no agro. Quem diria que o terceiro mundo seria uma ameaça para os produtores do primeiro mundo!
É necessário que se acredite no imenso potencial de nossa região, com o Brasil possuindo a maior área agricultável da América, para se contrapor a acordos que nos coloquem como eternas colônias dos países ricos. Não devemos assinar qualquer contrato que afete a nossa soberania ou diminua nossa capacidade de produzirmos e enriquecermos com o nosso trabalho e dedicação.
O tempo da submissão acabou. Precisamos fincar o pé e mostrarmos a que viemos na geopolítica internacional. Nossas terras e nossas tecnologias permitiram um salto quântico na condição de nos tornarmos gigantes como players do mercado mundial. Se o clima nos ajudar, seremos imbatíveis em nossa capacidade de produzir commodities para alimentar o mundo. Melhor seria se pudéssemos agregar valor, transformando a matéria prima exportada, gerando empregos e renda dentro de nossas fronteiras. Acredito que ainda precisaremos muito tempo para isso, mas é preciso pensar estrategicamente para mudar esta realidade. Vamos seguir o pensamento de René Descartes, em seu método cartesiano: ceticismo, ciência e resolver um problema de cada vez.
Acredito que é muito importante o investimento em fábricas para produção de fertilizantes e insumos para a produção agrícola, além de refinarias de petróleo para que fiquemos menos suscetíveis às oscilações do mercado internacional, principalmente no óleo Diesel, para tocar nossos motores na produção e o escoamento das safras de grãos.
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